quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Procuradoria do GDF entra com ação pelo retorno dos professores

PGDF ajuíza ação pelo retorno dos professores às salas de aula

  Da Agência Brasília, com informações da Procuradoria-Geral do DF
Greve deflagrada ontem (23) é considerada ilegal pelo governo. A multa pedida na petição para cada ato que descumpra eventual decisão é de R$ 50 mil
BRASÍLIA (24/2/2015) — Para garantir o início imediato do ano letivo na rede pública de ensino, a Procuradoria-Geral do Distrito Federal (PGDF) ajuizou hoje (24) ação no Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDFT) pedindo o encerramento da greve dos professores — que começou na segunda-feira (23). No documento enviado à Justiça, a procuradoria solicita a declaração da ilegalidade do movimento e o retorno de toda a categoria aos postos de trabalho, com aplicação de multa de R$ 50 mil para cada ato que descumpra eventual decisão. Além disso, a ação pede a autorização para que o governo do DF desconte do pagamento dos grevistas os dias parados.
Para a PGDF, o ato é ilegal porque não foram feitas as notificações prévias exigidas por lei, o que configura abuso do direito de greve. De acordo com a Lei Geral de Greve (Lei nº 7.783/1989), aplicada ao serviço público por decisão do Supremo Tribunal Federal, a paralisação de serviços essenciais, como é o caso da educação, deve ser comunicada com antecedência mínima de 72 horas — o que não foi feito por parte do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro). A paralisação também desrespeita a Constituição Federal por não obedecer aos princípios da proporcionalidade, da continuidade do serviço público e da supremacia do interesse público.
A ação ajuizada pela PGDF ressalta, ainda, que o não pagamento dos direitos devidos aos servidores não é mera opção da atual gestão, mas consequência da ausência de recursos. Na petição, a PGDF informa que o governo comprometeu-se a pagar as parcelas salariais não quitadas de 2014 em seis parcelas a partir de janeiro de 2015. O governo do DF também está se esforçando para conseguir a antecipação de receita orçamentária (ARO), o que permitiria o pagamento da dívida em parcela única. A operação já foi aprovada pela Câmara Legislativa. Agora, o governo aguarda a decisão da Secretaria do Tesouro Nacional e do Banco Central para que a verba de R$ 400 milhões seja liberada.
O número do processo enviado ao TJDFT é 2015.00.2.004829-6. A ação está em trâmite na 2ª Câmara Cível do TJDFT.

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