sexta-feira, 8 de maio de 2015

Mais de 8 mil meninas foram vacinadas contra o HPV em Brasília

Mais de 8 mil meninas foram vacinadas contra o HPV em Brasília

Para que a imunização tenha eficácia, é necessário tomar três doses durante um período de cinco anos
Samira Pádua, da Agência Brasília
7 de maio de 2015 - 12:24
Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília- 19.3.2015Mais de 8 mil meninas foram vacinadas contra o HPV em Brasília
Desde o início da campanha de vacinação contra o HPV (vírus do papiloma humano), principal responsável pelo câncer de colo do útero, em 3 de março deste ano, 8.624 meninas foram vacinadas em Brasília. O dado é dessa terça-feira (5).
A meta da Secretaria de Saúde é atender 80% do público-alvo em 2015, que são as meninas de nove anos — ou seja, pelo menos 16.924 das 21.156 garotas no DF nessa faixa etária. "Estamos tendo uma adesão extremamente importante dessa vacina", comenta a diretora de Vigilância Epidemiológica e Imunização da Secretaria de Saúde, Cristina Segatto.
No entanto, para que a vacina tenha eficácia, é fundamental completar o cronograma. A menina tem que tomar a segunda dose seis meses depois da inicial (quem tomou em março repete em setembro; quem tomou em abril, toma em outubro; e assim sucessivamente), e a última cinco anos após a primeira.
O serviço de imunização está disponível em todas as salas de vacina da rede pública de saúde do DF, que funcionam de segunda a sexta-feira, das 8 às 12 horas e das 13 às 17 horas. Veja os endereços.
Tire suas dúvidas
O que é o HPV?É uma doença sexualmente transmissível (DST) e refere-se a um grupo com mais de 100 tipos de vírus diferentes, que podem infectar pele ou mucosas. Do total, 40 são capazes de contaminar o trato anogenital (referente aos órgãos genitais e ao ânus).
Como é transmitido?Por contato direto com a pele ou com a mucosa infectada, principalmente pela via sexual, seja oral-genital, genital-genital ou manual-genital. Sendo assim, o contágio é possível mesmo se não houver penetração, e a camisinha é insuficiente para esse tipo de DST, já que o preservativo não cobre necessariamente a área infectada.
Quais são os sintomas?O Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) informa que somente 5% das pessoas infectadas pelo HPV desenvolvem algum sintoma. As lesões, visíveis ou não, podem se apresentar como verrugas — algumas popularmente chamadas de crista de galo, cavalo de crista ou figueira. Nas mulheres, são comuns no colo do útero, na vagina, na vulva, na região pubiana, na perineal e no ânus.
Como prevenir?A principal forma de prevenção é a vacina, acompanhada do exame preventivo conhecido como Papanicolau.
A imunização evita todos os tipos de HPV?A vacina aplicada pela rede pública de saúde é quadrivalente, ou seja, previne contra quatro tipos de vírus, que são os responsáveis por mais de 90% dos casos de câncer de colo do útero.
A vacinação contra o HPV estimula a relação sexual precoce?Crianças tomam vacinas contra doenças sexualmente transmissíveis pouco depois de nascerem. É o caso da hepatite B. "Os pais nunca questionaram esse tipo de vacina, e o princípio é o mesmo", esclarece a diretora de Vigilância Epidemiológica e Imunização da Secretaria de Saúde, Cristina Segatto. "Os pais são quem decidem se falam para o filho sobre as relações sexuais; a vacina não está ligada a isso."
Por que a vacina é aplicada em meninas de nove anos?De acordo com o registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a vacina quadrivalente é indicada para pessoas de 9 a 26 anos; e, quanto mais cedo, melhor o efeito. O ideal é que ocorra enquanto as meninas ainda não iniciaram a vida sexual, por ser mais eficaz na proteção de indivíduos não expostos aos tipos virais.
Há efeitos colaterais?Em situações raras, é possível ter alergia a algum dos componentes da vacina, assim como em outros medicamentos. No entanto, no Brasil, não foram registrados efeitos colaterais graves. "Qualquer coisa que você come pode causar alguma reação alérgica; é importante lembrar que é uma injeção e pode ocasionar dor ou endurecimento local", informa Cristina Segatto.

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