terça-feira, 10 de março de 2015

Polícia Militar e UnB trabalham para evitar trotes

Polícia Militar e UnB trabalham para evitar trotes

Brincadeiras que humilham calouros podem ser consideradas crimes
Saulo Araújo, da Agência Brasília
10 de março de 2015 - 15:26
trote calouros crime agencia brasiliaOs primeiros dias de aula na Universidade de Brasília (UnB) são cercados de euforia para os novos estudantes. No entanto, a empolgação dos calouros inspira cuidados com relação aos trotes sujos e violentos. Proibidas pelo Conselho Universitário da instituição desde março de 2012, as brincadeiras de mau gosto podem ser consideradas crimes.
Poucos sabem, mas atitudes corriqueiras durante trotes são passíveis de prisão. Raspar a cabeça sem o consentimento do estudante, por exemplo, pode render indiciamento ao autor por lesão corporal — delito previsto no artigo 129 do Código Penal Brasileiro. Obrigar o calouro a pedir dinheiro na rua para o financiamento de festas pode ser interpretado como delito de constrangimento ilegal ou ameaça.
Atentos a possíveis tentativas de trotes nas dependências da universidade, policiais militares da Companhia Operacional do 3º Batalhão (Asa Norte) redobraram a vigilância. Na manhã de segunda-feira (9), primeiro dia de aula na UnB, uma equipe da unidade evitou um trote. Na ocasião, o governador Rodrigo Rollemberg participava da aula magna, evento que faz parte da Semana de Boas-Vindas da instituição.
Segundo o comandante da unidade, capitão Jorge da Silva, jovens veteranos de diversos cursos ensaiavam abordar um grupo de novos alunos, mas desistiram após a intervenção da PM: "Identifiquei a intenção deles, me aproximei e pontuei as consequências; eles entenderam e abortaram o trote".
O oficial lembra que o 190 — telefone de emergência da corporação — está disponível para os calouros que não se sentirem confortáveis com a abordagem agressiva de veteranos. "Ele [estudante] pode ligar para o 190 ou acionar um dos nossos policiais que fazem patrulhamento nas proximidades da UnB", orienta o capitão.
ConsciênciaPara o reitor da UnB, Ivan Camargo, os trotes ferem as normas de convivência da universidade. Ele destaca ações pedagógicas para tentar desestimular a ideia de brincadeiras que humilhem ou machuquem colegas. "Os casos relatados são muito ruins para a imagem da instituição, porque nossa postura é a de tentar conscientizar os alunos sobre essas práticas, mas muitas situações fogem da esfera administrativa e passam a ter consequências penais", lamenta o reitor.

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