domingo, 15 de março de 2015

Caesb deve usar água do Lago Paranoá para consumo da população

Caesb deve usar água do Lago Paranoá para consumo da população

Abastecimento está previsto para começar em 2018 e pode atender a 600 mil pessoas no Paranoá, no Lago Oeste, em Sobradinho e em condomínios
Ádamo Araujo, da Agência Brasília
14 de março de 2015 - 11:11
Foto: Mary Leal/Agência BrasíliaCaesb deve usar água do Lago Paranoá para consumo da população
A Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) planeja iniciar, a partir de 2018, o uso do Lago Paranoá para abastecimento dos moradores. O órgão garante que essa nova função não reduzirá o volume hídrico da barragem nem comprometerá a qualidade da água. Pelos próximos 40 anos, serão atendidas cerca de 600 mil pessoas no Paranoá, no Lago Oeste, no Tororó, nos condomínios Jardim ABC, Jardim Botânico e Alphaville; e em Sobradinho.

“Não há perigo de qualquer queda no nível da água, uma vez que a quantidade a ser retirada — 2,8 metros cúbicos por segundo, equivalente a quase três mil litros — é admissível, se levarmos em conta a capacidade do Lago Paranoá”, afirma o assessor especial da Diretoria de Engenharia da Caesb, Antonio Harada. Ele lembra que o Lago é formado pelos Córregos Bananal e Riacho Fundo e os Ribeirões do Torto e do Gama.

“O objetivo é suprir a demanda gerada com a regularização das novas áreas de habitação nessa face leste do DF”, explica Harada, que estima investimento de R$ 480 milhões nas obras de adequação previstas para o próximo semestre. Uma estação de tratamento será construída para cuidar da limpeza dessa água, pois já existem o licenciamento ambiental e o projeto executivo. Falta abrir o edital de licitação.

A Caesb pretende implantar o sistema Corumbá e o subsistema Bananal, além do Paranoá. Esses novos serão responsáveis pela produção de quase 7 metros cúbicos por segundo. Atualmente, o DF possui dois grandes produtores de água, o Descoberto e o Santa Maria/Torto, responsáveis por 85% da produção do DF. Os outros 15 % ficam sob a responsabilidade de pequenos sistemas, como a utilização de poços profundos.

A produção de água no DF atinge, em média, 8,4 metros cúbicos por segundo, o equivalente a 8,4 mil litros de água. Ou seja, essa é a vazão e o uso; não existe sobra.

Monitoramento
A Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa) assegura que vai acompanhar periodicamente o nível da água no lago. Atualmente, a instituição faz esse monitoramento e divulga no site (http://www.adasa.df.gov.br/) os índices para cada mês e as variações máximas e mínimas.

“Vamos estar presentes no desenvolvimento desse projeto para assegurar a permanência dos usos múltiplos do lago; temos que manter o compartilhamento consciente para todos os fins”, afirma o superintendente de Recursos Hídricos da Adasa, Rafael Melo. O Lago Paranoá funciona como área de lazer, recreação, esporte, turismo, geração de energia e composição paisagística de Brasília.

A Adasa assegura a boa procedência do recurso hídrico. “Tanto nós quanto a Caesb recolhemos amostras para pesquisas, e todas estão apontando níveis favoráveis para o consumo”, completa Melo.

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Boa qualidade
Morador da Asa Norte e usuário do Lago Paranoá para atividades profissionais e de lazer, o empresário André Luiz de Morais, de 37 anos, não se mostra preocupado com a possiblidade de baixa no nível da água, mas acredita que o monitoramento feito periodicamente prevenirá problemas.

“A Adasa e a Caesb sempre estão aqui fiscalizando”, disse André Luíz. “O importante é lembrar à população que não pode haver exagero no consumo, nem por parte dos empresários nem do cidadão comum.”

André mora em uma das áreas que será abastecida pelo lago. O professor não mostra preocupação com a qualidade: “É possível ver a olho nu que a água é limpa e transparente; quando ela passar pelo processo de tratamento, certamente estará pronta para o consumo”.


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Água do Lago Paranoá será usada para consumo humano  

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