segunda-feira, 9 de março de 2015

Violência doméstica diminui no DF

Violência doméstica diminui no DF

Apesar da redução na quantidade de denúncias, números ainda preocupam. Os casos mais comuns nas delegacias do DF são de injúria, de ameaça e de lesão corporal
Ana Pompeu, da Agência Brasília
9 de março de 2015 - 08:00
A quantidade de ocorrências de violência doméstica no Distrito Federal diminuiu 4% de 2014 em relação a 2013. A Secretaria de Segurança Pública e da Paz Social recebeu no ano passado 13,8 mil denúncias. Em 2013, foram 14,6 mil. Apesar da queda, o índice ainda é elevado. “Sempre vai ser inaceitável que haja violência dentro do lar”, avalia a secretária de Políticas para as Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos do DF, Marise Nogueira. Para ela, a redução de ocorrências é fruto da aplicação da Lei Maria da Penha – Lei 11.340/2006.

O levantamento da Secretaria de Segurança Pública e da Paz Social mostra, ainda, que Ceilândia foi a região administrativa com mais casos em 2014: 2.239. Planaltina registrou 1.305, e o Gama, 970. A redução de ocorrências nessas áreas foi de 16%, 9% e 7%, respectivamente. As mais comuns foram de injúria, de ameaça e de lesão corporal.

Nacionalmente, o DF assumiu triste liderança. Nas denúncias recebidas pelo Disque 180, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, a capital aparece como a unidade da Federação com maior quantidade de ligações para cada grupo de 100 mil mulheres. No DF, foram 158,48. Em Mato Grosso do Sul, segundo colocado no ranking, 91,61. Com a população feminina de 1,3 milhão, o DF teve mais de 2 mil ligações para a central de atendimento no ano passado.

Para entender os números, Marise aponta duas questões: são mais altos ou porque as mulheres do DF têm mais informações e sabem a quem recorrer ou porque houve realmente aumento dos casos. “Não podemos desconsiderar nenhuma hipótese”, disse. Para esclarecer o que há por trás dos dados, é necessário aperfeiçoar a pesquisa e discriminar melhor as informações.

Em 2014, a central fez 485 mil atendimentos. Em média, foram 40.425 atendimentos por mês e 1.348 por dia – incluindo pedidos de informações e encaminhamentos para serviços especializados e para outras centrais, como o 190, da Policia Militar; o 197, da Polícia Civil; e o Disque 100, da Secretaria de Direitos Humanos.

Em médio e longo prazo, a secretária avalia que a solução está na mudança de comportamento. “Temos que investir em políticas de educação e de cultura para mudar a forma natural e banal como a violência doméstica é vista na sociedade”, diz.

A quem recorrer
Além da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, na Asa Sul, as outras delegacias de polícia do DF também têm seções de atendimento a vítimas de violência doméstica. Os dez Núcleos de Atendimento à Família e aos Autores de Violência Doméstica (Nafavd) no DF oferecem, ainda, acompanhamento psicossocial e jurídico. A rede ganhará do governo federal o reforço da Casa da Mulher Brasileira, um centro multissetorial de atendimento. A previsão é de que a inauguração ocorra em abril.

Os Centros de Referência de Atendimento à Mulher (CRAMs) estão aptos ao atendimento independentemente de registro de ocorrência policial. Eles oferecem acompanhamento psicológico, social e jurídico, orientação e informação às mulheres em situação de violência. Orientam também sobre os diferentes serviços disponíveis para prevenção, apoio e assistência.

Atendimento às vítimasGoverno federal: Disque 180

Central de atendimento do governo do DF: 156, opção 6

Delegacia Especializada de Atendimento à MulherEntrequadra 204/205 Sul
3442-4300
Centros de Referência de Atendimento à Mulher
Asa SulEstação do metrô na 102 Sul
3323-7231 e 3323-6184

CeilândiaQNM 02, Conjunto “F”, Lote 1/3
3372-1661
Planaltina
Jardim Roriz, Entrequadra 1 e 2, Área Especial
3389-0841
*Núcleos de Atendimento à Família e aos Autores de Violência Doméstica
Brasília
Fórum Desembargador José Leal Fagundes, SMAS, Trecho 3
3214-4495
Brazlândia
Fórum de Brazlândia, Área Especial 4, 1º andar, Setor Tradicional
3391-3148

CeilândiaFórum de Ceilândia, QNM 11, Área Especial 1, sala 251
3371-9018

GamaPromotoria de Justiça do Gama, Quadra 1, Lotes 860/800, Subsolo, Setor Industrial
3385-6944

Núcleo BandeirantePromotoria de Justiça do Núcleo Bandeirante, Setor de Indústrias Bernardo Sayão, Quadra 3, sala 14
3486-6445 e 3386-2816

ParanoáPromotoria de Justiça do Paranoá, Quadra 4, Conjunto B, Sala 111
3369-8035

PlanaltinaPromotoria de Justiça de Planaltina, Área Especial 10/A, Térreo
3389-3167

SamambaiaFórum de Samambaia, 1º andar, Quadra 302, Área Urbana 1
3458-1206
Santa MariaPromotoria de Justiça de Santa Maria, Quadra 211, Conjunto A, Lote 14
3394-4110

SobradinhoPromotoria de Justiça de Sobradinho, Quadra Central, Bloco 7, 3º andar
3591-8873

* Os núcleos funcionam de segunda a sexta-feira, das 12 às 19 horas.

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