terça-feira, 3 de março de 2015

Merendeiras em greve!

Merendeiros entram em greve nesta terça (3)

Categoria reivindica pagamento de benefícios atrasados por parte de empresa contratante. Se houver falta de pessoal, escolas servirão lanches prontos
Paula Oliveira, da Agência Brasília
2 de março de 2015 - 20:52
Oitocentos e oitenta e três merendeiros contratados pela empresa G&E, prestadora de serviço da Secretaria de Educação do DF, decidiram em assembleia hoje (2) entrar em greve a partir de amanhã. Eles reivindicam as férias, o tíquete-alimentação e o vale-transporte referentes a janeiro e a fevereiro deste ano. Outros 2.189 merendeiros — entre terceirizados de outras empresas e servidores da Educação — trabalharão normalmente. Se faltar pessoal em alguma escola, coordenadores e funcionários servirão lanches prontos, como biscoitos. 
A falta de pagamento dos empregados nada tem a ver com problemas no repasse do governo do Distrito Federal à empresa. O contrato é de 11 meses e, portanto, não havia obrigação financeira em janeiro. Mesmo assim, diante da dívida contraída pela administração pública em 2014, foi autorizado repasse de R$ 3.238.471,42 no início de janeiro para abater no débito de R$ 8.183.825,15 com a empresa.
O pagamento à G&E referente a fevereiro depende da apresentação de notas fiscais por parte da contratada, prevista para esta semana. Após o recebimento da fatura, a secretaria tem cinco dias úteis para pagar. “Portanto, não há débitos de 2015”, afirmou o subsecretário de Administração Geral da Secretaria de Educação do DF, Antônio José Rodrigues Neto.
Os funcionários da Planalto, outra fornecedora de merendeiros à secretaria, também estão com benefícios atrasados, mas fizeram acordo com a empresa e aguardam a quitação dos débitos para amanhã (3). Os 456 funcionários decidiram não entrar em greve.
Recepcionistas
Na mesma assembleia do Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio, Conservação, Trabalho Temporário, Prestação de Serviço e Serviços Terceirizáveis no DF, 655 funcionários da empresa GVP Consultoria também decidiram que entrarão em greve a partir de amanhã (3). A empresa presta serviço de recepção em postos de saúde e em hospitais do DF. Os trabalhadores reclamam falta de pagamento de benefícios salariais. Em fevereiro, foi pago à empresa R$ 1. 239.596,11 para quitar os serviços prestados em janeiro. A dívida referente a 2014 é de R$ 1.239.597,00. Essa quantia está disponível em crédito suplementar no Fundo de Saúde do DF e aguarda análise do governo para ser repassada.
Acordo
Com relação às dívidas de 2014, houve acordo entre o governo e todas as empresas terceirizadas que prestam serviço à administração pública (limpeza, segurança, recepção, merendeiros) para o pagamento de parte da dívida. A negociação foi mediada pela Procuradoria Regional do Trabalho da 10ª Região (Brasília). Como resultado, o governo do Distrito Federal repassou às empresas R$ 35 milhões, em janeiro, para o pagamento específico de salários e de benefícios atrasados dos funcionários. Durante a audiência, empresários apresentaram ao governo as faturas referentes ao pagamento de pessoal. O total da dívida dos empresários com os empregados, à época, somava R$ 35 milhões — valor do repasse. O restante da dívida está sendo negociado.

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